Opiniões

“Raparigas Como Nós” de Helena Magalhães

Autora: Helena Magalhães
Editora:
Editorial Planeta
Publicação: Junho de 2019
Género: Romance
Nº de Páginas: 424

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Sinopse

«Uma história de amor irresistível, que é também o retrato de uma geração que cresceu sem redes sociais. Pode uma paixão da adolescência marcar o resto da vida?
Festivais de Verão, tardes na praia, experiências-limite com drogas, traições e festas misturam-se com amores improváveis e velhas amizades. Um romance intemporal nos cenários de Lisboa, Cascais e Madrid, que mostra tudo o que pode esconder-se atrás da vida aparentemente normal de uma rapariga… como tu.»

Capa: ★★★★★
Enredo: ★★★★☆
Escrita: ★★★★☆
Personagens: ★★★★★
Avaliação Final: ★★★★☆

Já seguia a Helena há algum tempo e por isso acompanhei todo o alvoroço que causou quando lançou o Raparigas Como Nós. Cerca de um mês depois, vi-a na lista dos mais lidos em Portugal da Goodreads e o orgulho que senti foi tanto que não consegui adiar mais. Ver uma autora nacional a obter esse tipo de reconhecimento é sensacional, ainda para mais com um livro Young Adult, o que infelizmente não é nada comum em Portugal. Foi uma afirmação, não só de leitores que procuram mais que os habituais títulos de literatura envelhecida, mas também da nova geração de autores que procura quebrar barreiras da literatura nacional.

Assim que obtive o meu exemplar, comecei logo a devorá-lo. A história acompanha as peripécias de Isabel, uma rapariga como nós que se debate com os típicos dramas existenciais da adolescência enquanto aprende a lidar com os seus próprios sentimentos.

«E nem é que deseje que olhem para mim. Quer dizer, mais ou menos… Julgo que o meu calcanhar de Aquiles é este desejo de me sentir especial, não apenas mais uma miúda simpática e irrelevante no meio da multidão.»

Uma das coisas que mais me cativou neste livro foram as personagens. Cada uma delas carrega uma autenticidade esmagadora, desde a Isabel, à sua melhor amiga, Alice, aos seus dois amores, Simão e Afonso (ai… o Afonso) e até mesmo os outros típicos idiotas adolescentes que inevitavelmente cruzam a nossa vida. Foram todos muito bem criados e de forma tão genuína que podiam muito bem ser meus colegas.

Outro dos aspectos que mais gostei nesta história foi o facto de ser ambientada em Lisboa. Tal como Isabel, eu também cresci em Cascais, o que tornou tudo muito mais pessoal. Sentia-me a viajar no tempo de cada vez que lia os seus relatos; as idas à praia, a discoteca «O Túnel», até mesmo o dia em que os pais a deixaram finalmente apanhar o comboio para o Cais do Sodré com os amigos. É uma história tão próxima de mim e das minhas próprias experiências que quase diria que o livro foi escrito sobre mim.

«É horrível pensar que o tempo passa, tudo passa. Mesmo aquilo que acreditámos firmemente que seria o nosso fim. A dor passa. Depois de nos devorar as entranhas e de destruir parte da nossa alma, faz as malas e parte para outras paragens, levando com ela o amor. Então a vida – ou a imitação manhosa que conseguimos fazer dela – continua.»

A história foi dividida em várias partes, seguindo uma cronologia temporal de acordo com as fases da adolescência de Isabel. Em cada fase, Helena aborda uma panóplia de temas: paixões platónicas, a indecisão da faculdade e da vida profissional, amizades, família, drogas… Este último é um dos temas mais recorrentes e mais bem abordados.

No geral, esta é uma história leve, divertida, nostálgica e que induz à reflexão. Um livro para todas as idades e que mexe conosco de uma forma intensa. É inevitável revirar os olhos umas quantas vezes com as descrições dos jovens ocos e ignorantes com que Isabel convive, tal como é absolutamente impossível não dar um daqueles gritinhos agudos de adolescente histérica com as cenas de Isabel e Afonso (o meu novo crush).

Helena Magalhães criou um hino literário para todos os jovens e o país não ficou indiferente. Agora, a pergunta que persiste é… Para quando o filme?

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