Listas

5 mulheres poderosas da Literatura

O que é poder? De acordo com o dicionário, «14. Força física, vigor do corpo ou da alma». De acordo com Cersei Lannister (Crónicas de Gelo e Fogo), «poder é poder». No decorrer dos anos, diferentes definições de poder têm-nos sido apresentadas através de personagens femininas fortes. Neste post, vamos conhecer algumas dessas personagens e de que forma podem ser caracterizadas como mulheres poderosas.

Hermione Granger

de “Harry Potter”

A minha primeira escolha para esta lista dispensa grandes apresentações. Hermione Granger é a bruxa mais genial da sua idade e a melhor amiga do feiticeiro mais conhecido do mundo. O que seria de Harry Potter e o futuro do mundo bruxo sem as suas brilhantes descobertas? No início do primeiro livro, é-nos apresentada como uma rapariga chata, intrometida e solitária, mas com o decorrer do tempo Hermione transforma-se numa mulher corajosa, extremamente inteligente e preocupada com os demais.

«Eu! — disse Hermione — Livros! e esperteza! Há coisas mais importantes: amizade, coragem…»

É leal aos seus amigos e não tem papas na língua quando se trata de contestar injustiças. No segundo livro, vê-mo-la empenhada em melhorar as condições de trabalho dos elfos domésticos que trabalham no castelo. É uma nerd com uma sede insaciável de conhecimento e, apesar do preconceito que sofre por ser filha de muggles, tem orgulho na sua linhagem.

Onyesonwu

de “Quem Teme a Morte”

Quem Teme a Morte apresenta-nos uma protagonista forte e determinada, com uma força interior paradoxa às circunstâncias brutais do seu nascimento. Onyesonwu foi fruto de uma violação e desde sempre rejeitada  pelos Okeke, o povo da sua mãe, por ser «ewu» (filha de um branco e uma negra). Cresceu na sombra de uma sociedade atormentada pela crueldade dos Nuru (homens brancos), mas nunca baixou a cabeça a ninguém.

«Eu era um animal encurralado. Não encurralado pelas mulheres, pela casa ou pela tradição. Eu estava encurralada pela vida. Como se tivesse sido um espírito livre durante milénios até que um dia algo me abocanhara, algo irado e violento e vingativo, e eu tivesse sido puxada para o corpo em que agora resido. Presa à sua mercê, segundo as suas regras. Então pensei na minha mãe. Ela mantivera a sanidade por mim. Vivera por mim. Eu podia fazer isto por ela.»

Ao descobrir os seus poderes mágicos e o seu papel na guerra contra os Nuru, Onye não desiste até convencer Aro, o grande xamã a treiná-la. A sua obstinação é, ao mesmo tempo, a sua maior força e fraqueza. Não se deixa vergar pela intolerância da sua aldeia e mantém-se, desde o início, fiel às suas convicções, mesmo quando estas são postas em causa.

Katniss Everdeen

de “Os Jogos da Fome”

É impossível falar de mulheres poderosas e não falar de Katniss Everdeen. A «Rapariga em Chamas» ofereceu-se como tributo nos Jogos da Fome para salvar a irmã de uma morte certa, mas a sua bravura e espírito indomável tornaram-na num ícone de resistência que pôs em causa todo o sistema.

«O meu espírito. É uma ideia nova. Não sei exatamente o que significa, mas talvez sugira que sou uma lutadora. Corajosa, de certa forma. Também não é verdade que nunca seja amável. Está bem, não ando por aí a distribuir amor a toda a gente que conheço, e talvez os meus sorrisos não sejam fáceis, mas gosto sinceramente de algumas pessoas.»

Katniss nunca correspondeu ao papel da «boa moça de bons vestidos e bons costumes», por muito que a tentassem pintar dessa forma. Dentro de si, sempre ardeu um fogo que apelava à mudança, e ao manifestá-lo através do amor que sentia, não só pela irmã mas também por Peetah, incendiou o país com as chamas da revolução.

Lady Macbeth

de “Macbeth”

Macbeth é uma história que questiona as forças do destino e as fronteiras do livre-arbítrio. É também a história daquela que considero ser uma das mulheres mais poderosas da literatura. Lady Macbeth é uma das maiores forças de ação nesta tragédia de Shakespeare.

«Nada se ganha, ao contrário, tudo se perde, quando o nosso desejo se realiza sem nos satisfazer.»

Quando Macbeth, marido de Lady Macbeth, decide assassinar o rei, é Lady Macbeth que o faz levar o plano até ao fim. É ela que «incha o peito» quando Macbeth se acobarda. É ela que retira o punhal ensanguentado das suas mãos quando este entra em pânico após o homicidio, e é ela que monta o alibi para o marido. É ela que apazigua as paranóias de Macbeth quando este é proclamado rei. E é ela, também, a primeira a sentir remorsos pelo crime impiedoso que cometeram. Lady Macbeth não pode de todo ser admirada pela sua moral, mas é sem dúvida um grande exemplo de força, determinação e lealdade.

Daenerys Targaryen

de “Crónicas de Gelo e Fogo”

Para concluir, escolhi um dos livros que conheço que mais exemplos tem de força feminina. Crónicas de Gelo e Fogo está repleto de mulheres poderosas, mulheres de diferentes tamanhos, origens e feitios, cada uma com uma história individual que as faz evoluir de meras submissas a literalmente rainhas. Daenerys Targaryen é uma dessas mulheres, e a última contemplada desta lista.

«Passei a minha vida em terras estrangeiras. Tantos homens tentaram matar-me. Não me recordo de todos os seus nomes. Fui vendida como uma égua parideira. Fui acorrentada e traída, violada e maculada. Sabes o que me manteve de pé durante todos esses anos de exílio? Fé. Não nos deuses, não em mitos e lendas. Em mim. Em Daenerys Targaryen.»

Por onde começar? A trajetória de Daenerys é recheada de tragédias. Começou por ser vendida aos Dothraki com apenas 13 anos e forçada a casar com Khal Drogo, era espancada pelo irmão e menosprezada por toda a gente. Aos poucos, Daenerys foi descobrindo o poder que tinha dentro de si e começou a forjar a sua própria história, com sangue, suor e fogo. De escrava a  Khaleesi, de Khaleesi a Rainha. Ignorando por completo o estrago que a série fez com a sua personagem, apesar de tudo o que Daenerys vivenciou, sempre se manteve uma mulher justa e de coração altruísta. Para mim, não havia ninguém mais merecedor de ocupar o Trono de Ferro.

Sem Comentários

    Deixar uma resposta