Autora: Colleen Hoover
Editora: Editorial Presença
Publicação: Maio de 2017
Género: Romance New Adult
Nº de Páginas: 336
Sinopse
«O que te resta quando o homem dos teus sonhos te magoa?
Lily tem 25 anos. Acaba de se mudar para Boston, pronta para começar uma nova vida e encontrar finalmente a felicidade. No terraço de um edifício, onde se refugia para pensar, conhece o homem dos seus sonhos: Ryle. Um neurocirurgião. Bonito. Inteligente. Perfeito. Todas as peças começam a encaixar-se.
Mas Ryle tem um segredo. Um passado que não conta a ninguém, nem mesmo a Lily. Existe dentro dele um turbilhão que faz Lily recordar-se do seu pai e das coisas que este fazia à sua mãe, mascaradas de amor, e sucedidas por pedidos de desculpa.
Será Lily capaz de perceber os sinais antes que seja demasiado tarde?
Terá força para interromper o ciclo?»
Capa: ★★★☆☆
Enredo: ★★★★★
Escrita: ★★★★★
Personagens: ★★★★★
Avaliação Final: ★★★★★
A febre da Colleen Hoover já chegou a Portugal há algum tempo, mas foi apenas este mês que decidi começar aquele que é o seu romance mais conhecido, Isto Acaba Aqui. Já sabia que se tratava de uma história sobre violência doméstica e depois da má experiência que tive com o After (podem ler tudo sobre isso clicando aqui), estava mesmo esperançosa de que desta vez tivesse em mãos uma história que fosse capaz de abordar esse tema de forma mais sóbria e, ao mesmo tempo, sensível. Nada me deixou tão feliz como chegar ao final do livro e constatar que a minha esperança se tinha transformado em uma certeza.
«Estamos ambos transtornados, beijamo-nos, sentimo-nos confundidos e tristes. Nunca antes senti nada semelhante ao que sinto neste momento. Tão feio e tão doloroso. No entanto, de certo modo, a única coisa que alivia o sofrimento que este homem acabou de causar é este homem.»
A protagonista, Lily Bloom, é familiarizada com o conceito de violência doméstica desde pequena. O seu pai maltratava a sua mãe, muitas vezes à sua frente, e esse é um trauma que a acompanha durante toda a obra. Ainda assim, Lily cresce para se tornar uma mulher forte e cheia de garra que jura a si mesma que nunca irá ser vítima dos maus-tratos que viu a mãe sofrer. Mas o destino tem outros planos para ela. No dia do funeral do seu pai, Lily conhece Ryle, um homem misterioso e encantador que a deixa arrebatada logo no primeiro encontro. Talvez por já saber que teriam um relacionamento abusivo, não consegui gostar nem de Ryle, nem do seu percurso como casal. Desde o início que Ryle revela ser um homem violento, controlador e extremamente invasivo. Quem realmente conquistou o meu coração foi Atlas, o primeiro amor de Lily, que ficamos a conhecer através de um dos seus antigos diários. Atlas conhece a história de Lily e faz de tudo para a proteger, como um verdadeiro herói. No entanto, o melhor desta história é que, no final, quando tudo acontece, Lily acaba por não precisar de um herói que a salve… Ela salva-se a si mesma.
«As pessoas passam tanto tempo a interrogar-se por que motivo as mulheres não deixam os maridos. Onde estão as pessoas que se questionam por que razão os homens são abusivos e violentos? Não seria apenas a eles que a culpa devia ser imputada?»
Esta história oferece uma perspectiva moderna sobre o que é a violência conjugal. O molde do enredo é quase o mesmo: uma mulher sonhadora e um homem rico e controlador com um passado obscuro. No entanto, o passado de Riley não foi usado como desculpa para o seu comportamento, o que para mim foi um dos aspectos mais importantes desta história, o não ver o abusador apenas como um monstro, mas ainda assim, não usar os seus traumas como pretexto para as suas ações. Por outro lado, Lily é a heroína que faz falta neste tipo de histórias. Apesar de tudo o que lhe aconteceu, no final conseguiu encontrar em si a força necessária para se afastar da situação em vez de se limitar a ser um eterno capacho na mão de um homem que pouca ou nenhuma consideração tinha por ela.
«Só porque alguém nos magoa, não quer dizer que se possa simplesmente parar de amar essa pessoa. Não são as ações da pessoa que magoam mais. É o amor que se sente. Se não houvesse qualquer ligação amorosa presente na ação praticada, a dor seria um pouco mais fácil de aguentar.»
Esta é uma história que recomendo a toda a gente. O conteúdo ultrapassa o simples entretenimento, apesar de também ter muito disso. É uma daquelas histórias que se vai tornando tão intensa e envolvente que até custa deixar de lado. É um clichê, sim, mas um muito bem conseguido, com personagens fortes e cativantes e uma lição tremendamente importante sobre força e superação.
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