Autora: Marta Morgado
Editora: Cordel D’Prata
Ano de Publicação: 2019
Género: Romance
Nº de Páginas: 405
Sinopse
«Tu nunca sabes o que realmente se passa na vida das pessoas. Não sabes o que pensam, não sabes o seu passado, não sabes nada. Tu não sabes o que se alterou na vivência da pessoa para se transformar no que ela é hoje. Algo pode ter desaparecido, alguma coisa pode ter acontecido. Todos somos instáveis, tudo é passageiro, tudo pode dissipar-se a qualquer momento. E quando tu achas que sabes algo, tu só sabes apenas o que vês ou ouves, não a realidade.»
Capa: ★★☆☆☆
Enredo: ★★☆☆☆
Escrita: ★★☆☆☆
Personagens: ★★★☆☆
Avaliação Final: ★★☆☆☆
Aviso de Conteúdo: drogas, transtornos alimentares, transtornos mentais, álcool, suicídio, auto-mutilação, morte;
(Livro oferecido pela autora)
Evanescente é um Romance Young Adult de Marta Morgado, uma jovem autora portuguesa que, já tendo algumas histórias na plataforma Wattpad, decidiu tentar a sua sorte no mundo editorial.
Emma Reed é a protagonista desta história, uma jovem adolescente que se vê forçada a encarar de frente os seus traumas do passado quando Brian, o rapaz mais popular da escola, a faz questionar tudo o que ela julgava conhecer sobre o amor e sobre si própria.
«De certa forma, é por isso que acredito no amor à primeira vista: ver e olhar são ações distintas que são, muitas vezes, confundidas. Quando se vê não se perde muito tempo a absorver o que se passa, só serve para tomar conhecimento que algo existe. Quando se olha é uma postura mais demorada, mais pronta para refletir e processar o que se vê.»
É um típico clichê colegial com um sabor agridoce e um final arrebatador – por um lado, sabemos o que nos espera, por outro, somos constantemente surpreendidos com reviravoltas e revelações assombrosas. As personagens, apesar de não fugirem muito ao molde, não se limitam a seguir um guião de atitudes já pré-estabelecidos pelo género, existe nelas uma vulnerabilidade genuína que as torna humanas e esse foi o ponto mais positivo deste livro. Cada capítulo é iniciado com uma reflexão sobre uma questão que, mais tarde ou mais cedo, acaba por ser vivida pelas personagens, o que achei ser um toque muito pessoal na história.
«A sua cabeça é uma confusão tremenda, mas é isso que me atrai nela. As suas palavras oferecem-me saída da nossa relação, mas eu sei que a sua mente quer que eu fique com ela e que nunca a largue. E eu nunca a vou deixar.»
Porém, infelizmente, nem tudo foi bom. Logo nas primeiras páginas deparei com aquele que foi o meu maior obstáculo durante a leitura de Evanescente – a escrita imatura e a revisão do texto descuidada. Além dos vários erros, esse desleixo por parte do revisor e da Cordel D’Prata afetou também a fluidez dos diálogos que a certo ponto se tornaram forçados e obsoletos. Havia muito que poderia ter sido dispensado, aspectos que saturavam a leitura e abrandavam o ritmo da história. Também notei a presença de algo a que costumo chamar «vícios de fanfic», tal como o hábito exasperante de descrever o físico de todas as personagens no momento em que são mencionadas ou de relatar, de forma desnecessariamente detalhada, o ritual matinal da protagonista.
É, no fundo, uma história que fica aquém do seu potencial por não ter sido melhor polida pela editora.
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