Autora: Joanne Ramos
Editora: Saída de Emergência
Ano de Publicação: 2020
Género: Ficção
Nº de Páginas: 318
Sinopse
«Golden Oaks é um retiro luxuoso onde as mulheres encontram todo o tipo de serviços: refeições orgânicas, professores de fitness, massagens diárias – e tudo a custo zero. De facto, quem aqui reside ainda recebe uma elevada quantia de dinheiro. A contrapartida? Durante nove meses não pode deixar o espaço, os seus movimentos são monitorizados e tem de cortar os laços com a sua vida anterior enquanto se dedica a uma única tarefa: produzir o bebé perfeito para os clientes super-ricos.
Jane, uma imigrante das Filipinas, está desesperada por um futuro melhor quando, depois de um processo rigoroso, é selecionada para ser “Hospedeira” em Golden Oaks – ou na Quinta, como os residentes lhe chamam. Mas grávida, frágil e preocupada com o bem-estar da sua família, Jane está determinada a contactar os seus. No entanto, se deixar a Quinta, perde a recompensa financeira que poderia mudar a sua vida para sempre.»
Capa: ★★☆☆☆
Enredo: ★★★☆☆
Escrita: ★★★★☆
Personagens: ★★★☆☆
Avaliação Final: ★★★☆☆
Este foi um dos livros sugeridos pelo Book Gang da Helena Magalhães, mas não foi de todo o que eu estava à espera.
Golden Oaks, conhecida como a Quinta, é uma espécie de retiro luxuoso que abriga, durante 9 meses, mulheres contratadas como barrigas de aluguel para clientes super ricos. O facto de muitas dessas mulheres serem imigrantes levanta várias questões pertinentes como xenofobia, racismo, privilégio e luta de classes, entre outros.
«Ate aconselhou Jane a ser educada para com as outras Hospedeiras, mas a manter uma certa distância, pois ninguém em Golden Oaks é amigo dela. São colegas, e a gravidez é um trabalho.»
Muitos dizem que A Quinta é uma distopia, mas sendo eu uma devoradora experiente do género, não podia estar menos de acordo. Não leiam este livro à espera de uma história no estilo A História de Uma Serva, como tenho visto muita gente comparar. O que aqui é descrito não é de todo assim tão longe da realidade que já vivemos.
A história em si até tinha potencial, mas muita coisa não correu bem. A narração dava-se através de vários pontos de vista, capitulados por personagem, mas a certo ponto já havia duas personagens a narrar onde só deveria haver uma e tornava-se confuso. Além disso, quando estava prestes a acontecer algo, a narradora avançava no tempo e mudava a narração, deixando a resolução das cenas emocionantes para o fim, o que me deixou imensamente frustrada. Foi como ficar a olhar para um bolo delicioso, conseguir cheirá-lo, mas não o poder comer.
«Mae nunca compreendeu o motivo por que as pessoas — sobretudo as pessoas priveligiadas, como Reagan e Katie — insistem que é uma vergonha desejar dinheiro. Nunca se viu um imigrante a desculpar-se por querer uma vida melhor.»
Fiquei à espera de ver algum tipo de aprofundamento sobre que realmente se passava na Quinta ou que, pelo menos, esta tivesse um maior destaque no enredo, por isso achei estranho quando cheguei ao fim e constatei que todo o conceito d’A Quinta, além da crítica óbvia, não passava de um cenário frugal para a verdadeira história que acontecia entre as personagens.
A certo ponto a leitura saturou-me. Este livro é um excelente pretexto para iniciar vários tipos de diálogos relevantes, mas no que toca ao 𝘴𝘵𝘰𝘳𝘺𝘵𝘦𝘭𝘭𝘪𝘯𝘨, deixou mesmo muito a desejar.
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