Autora: Angie Thomas
Editora: HarperCollins
Ano de Publicação: 2019
Género: Ficção Young Adult
Nº de Páginas: 447
Sinopse
«Sixteen-year-old Bri wants to be one of the greatest rappers of all time. Or at least get some streams on her mixtape. As the daughter of an underground rap legend who died right before he hit big, Bri’s got massive shoes to fill. But when her mom unexpectedly loses her job, food banks and shut-off notices become as much a part of her life as beats and rhymes. With bills piling up and homelessness staring her family down, Bri no longer just wants to make it-she has to make it.
On the Come Up is Angie Thomas’s homage to hip hop, the art that sparked her passion for storytelling and continues to inspire her to this day. It is the story of fighting for your dreams, even as the odds are stacked against you; of the struggle to become who you are, and not who everyone expects you to be; and of the desperate realities of poor and working class black families.»
Capa: ★★★★☆
Enredo: ★★★★☆
Escrita: ★★★★★
Personagens: ★★★★★
Avaliação Final: ★★★★☆
Já tinha este livro há cerca de um ano, mas só agora é que me obriguei a lê-lo.
E ainda bem que o fiz.
Bri é uma jovem de 16 anos que sonha em ser rapper para conseguir dar uma vida melhor à família. Cresceu sob a influência dos grandes nomes do hip-hip, entre eles o seu próprio pai, que foi assassinado num conflito de gangs quando Bri ainda era pequena. Ao sofrer um crime de preconceito na escola, Bri canaliza as suas emoções para uma música que se torna viral pelos motivos errados, e que vira a sua vida do avesso.
«I mean, it’s one thing to wanna do something. It’s another to think it’s possible. Rapping has been my dream forever, but dreams aren’t real. You wake up from them or reality makes them seem stupid. Trust, everytime my fridge is almost empty, all of my dreams seem stupid»
O que é curioso nesta história, é o paralelo com a obra anterior da autora, O Ódio que Semeias. Bri vive em Garden Heights, o mesmo bairro de Starr (protagonista de O Ódio que Semeias), e por várias vezes menciona o assassinato de um jovem negro por um polícia, e apesar de não dizer o seu nome, tendo em conta as semelhanças, é seguro afirmar que se trata de Khalil.
Isto é algo que torna a história mais poderosa, a possibilidade de ser considerada uma continuação do diálogo iniciado na obra anterior. Em O Ódio que Semeias, Angie Thomas ensinou-nos a encontrar a nossa voz. Em On the Come Up, expôs o tipo de preconceito a que alguns estão sujeitos quando a usam.
«Let’s be real: We’re black Kids from one of the worst neighborhoods in the city. All it takes is one of us messing up, and suddenly all of us messed up. I’ve probably made things worse already.»
Um dos pontos mais fortes foi o retrato das personagens – vívido, cru e diversificado. A escrita é sublime, profundamente correlacionada com o meio social e com as próprias personagens, o que resultou em diálogos muito realistas que conseguem, ao mesmo tempo, ser cómicos e devastadores.
Foi uma daquelas leituras que prendeu do início ao fim. A temática do racismo mantém-se presente, da primeira à última página, e é abordada sob um prisma acessível, com que muitos se poderão identificar.
Se gostaram de O Ódio que Semeias, On the Come Up tem tudo para vos arrebatar.
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