Há quem diga que ler um livro é uma experiência zen. Claramente, essas pessoas não costumam ler com muita frequência, caso contrário saberiam que há livros que são um autêntico teste à nossa paciência. As causas podem ir desde o comportamento de algumas personagens à construção do próprio enredo, ou mesmo dos diálogos.
Estas são algumas das coisas que mais me irritam nos livros:
Tempestades em Copos de Água
Por vezes, na história, surge um problema simples, daqueles tão fáceis de resolver que nem merecem ser assunto, que ainda assim as personagens conseguem transformar num desastre nuclear. A minha vontade é de mergulhar nas páginas e abaná-las até deixarem de ser tão dramáticas.
Amor à Primeira Vista
Digam o que quiserem, mas ninguém me tira da cabeça que não existe maior mito que o do amor à primeira vista. Interesse ou atração ainda posso aceitar, mas amor? Um romance tem de ser trabalhado, não basta trocar um par de olhares com uma pessoa para nascer uma grande paixão. A isto eu chamo preguiça de autor.
Personagens Invencíveis
Quando os autores tentam criar personagens fortes e independentes, mas exageram na dose e esquecem-se que mesmo as pessoas mais fortes também têm fraquezas (cof cof A Rainha Vermelha). Geralmente são aquelas que dizem o que querem, não têm medo de ninguém e possuem uma força (física ou sobrenatural) que extrapola todos os limites do bom senso.
Enrolanço
Sabem quando os autores perdem demasiado tempo a falar de coisas que não interessam a ninguém em vez de desenvolverem a ação? Insiram aqui todo o primeiro capítulo d’Os Maias ou todas as páginas de Caraval. É o tipo de fenómeno que satura a história e cansa os leitores.
Clichês Preguiçosos
Facto: hoje em dia, clichês são inevitáveis.
Mas isso não significa que não possam ser inovados, e recorrer a um clichê para rechear o enredo, limitando-se a reproduzir histórias com resultados que já todos conhecemos não é a forma correta de o fazer.
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