Autora: Stephanie Garber
Editora: Editorial Presença
Ano de Publicação: 2018
Género: Fantasia
Nº de Páginas: 374
Sinopse
«Lembra-te, é apenas um jogo… Scarlett Dragna nunca saiu da pequena ilha onde ela e a irmã, Tella, vivem sob a vigilância do seu poderoso e cruel pai. Scarlett sempre teve o desejo de assistir aos jogos anuais de Caraval. Caraval é magia, mistério, aventura. E, tanto para Scarlett como para Tella, representa uma forma de fugirem de casa do pai. Quando surge o convite para assistir aos jogos, parece que o desejo de Scarlett se torna realidade. No entanto, assim que chegam a Caraval, nada acontece como esperavam.
Legend, o Mestre de Caraval, sequestra Tella, e Scarlett vê-se obrigada a entrar num perigoso jogo de amor, sonhos, meias-verdades e magia, em que nada é o que parece. Realidade ou não, ela dispõe apenas de cinco noites para decifrar todas as pistas que conduzem até à irmã, ou Tella desaparecerá para sempre…»
Capa: ★★★★☆
Enredo: ★★☆☆☆
Escrita: ★★★☆☆
Personagens: ★★★☆☆
Avaliação Final: ★★★☆☆
Existem aqueles livros que ou se amam ou se odeiam, e depois existe Caraval, que provoca ambas as emoções.
Scarlett e Tella são duas irmãs que vivem sob a alçada de um pai violento e controlador, mas as suas esperanças de se tornarem livres acendem-se quando Scarlett recebe um convite para assistirem aos jogos de Caraval, uma ilha de aventura, magia e mistério onde o grande vencedor tem direito a um desejo. No entanto, as coisas não correm como planeado e ao chegarem à ilha, Tella é raptada por Legend, o Mestre de Caraval, e para a salvar Scarlett terá que arriscar tudo e participar num jogo onde nada é o que parece.
Tinha muitas expectativas para este livro, mas tal como o próprio enredo, não foi de todo o que eu estava à espera.
«O que quer que tenhas ouvido dizer sobre Caraval fica aquém da realidade. Caraval não é apenas um jogo, nem é só um espetáculo. É o mais parecido com magia que há neste mundo.»
Esta história é um pouco como uma versão retorcida de Alice no País das Maravilhas. Temos uma protagonista que sonha com liberdade e uma viagem a um mundo novo onde nada faz sentido. O universo não ficou estabelecido o suficiente para me adaptar a ele porque a cada capítulo surgia uma nova regra que colocava em causa tudo o que julgava conhecer. As mudanças foram demasiado abruptas, chegando ao ponto em que, como leitora, me senti enganada.
A escrita é uma desilusão. Apressou momentos que deveriam ter sido mais desenvolvidos e saturou momentos que não mereciam tanta atenção e detalhe. As descrições são peculiares, apelando muito aos sentidos do leitor, o que apesar de se revelar uma tentativa de ambientar o leitor no universo, se tornou cansativo.
Sobre as personagens, também não há muito que se lhe diga. Acho que a minha frustração com o universo acabou por se refletir na protagonista, porque ela também não entendia nada de nada, o que a levava a tomar várias decisões inconscientes, e no fundo era isso que avançava o enredo. Senti também algum desleixo na construção do pai de Scarlett e Tella, porque não foi apresentado nenhum motivo plausível para a personalidade dele e as suas ações limitavam-se a servir as necessidades do enredo, o que o tornou um vilão pouco credível.
«— Tella, se tentarmos ir embora daqui sozinhas, o pai vai atrás de nós até ao fim do mundo.
— Se isso acontecer, pelo menos nós também vamos até ao fim do mundo.»
Pelo meio também há um romance. Começa bem, com uma tensão que se vai acumulando ao longo das páginas e que deixa o leitor em pulgas e a torcer pelo casal, mas culmina numa cena que só posso descrever como estranha e constrangedora.
Ainda assim nem tudo foi mau. Gostei muito da personagem da Tella e a presença dela na história foi a mais forte, mesmo que na sua maioria tenha sido de uma forma ausente e quase etérea.
A história acaba com uma revelação surpreendente e um apelo à curiosidade do leitor que o transporte para o segundo volume desta trilogia.
Por muitas críticas que eu tenha a este livro (e acreditem que tenho), a verdade é que, normalmente, quando eu não gosto de uma história custa-me chegar até ao fim e com Caraval não senti essa dificuldade.
O enredo tem falhas? Sim.
As personagens são desleixadas? Sim.
O universo é confuso? Sim.
Mas ainda assim, conseguiu prender-me até ao fim e o excesso de reviravoltas não foi impedimento à vontade de descobrir o que iria acontecer a seguir, e esse é o único motivo pelo qual lhe atribui as três estrelas.
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