Autor: George Orwell
Editora: Antígona
Ano de Publicação: 2008
Género: Ficção Distópica
Nº de Páginas: 156
Sinopse
«Esta nova tradução de Animal Farm recupera o título original, contrariamente às edições anteriores, que adoptaram os títulos panfletários O Porco Triunfante e – o mais conhecido – O Triunfo dos Porcos. À primeira vista, este livro situa-se na linhagem dos contos de Esopo, de La Fontaine e de outros que nos encantaram a infância. Tal como os seus predecessores, Orwell escreveu uma fábula, uma história personificada por animais.
Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos animais os defeitos e os ridículos dos humanos, se servia para censurar a sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colocados à distância, «no tempo em que os animais falavam», os vícios de todos nós e as suas funestas consequências. Em A Quinta dos Animais o enredo inverte-se. É a fábula merecida por uma época − a nossa época − em que são os homens e as mulheres a comportar-se como animais.»
Capa: ★★★★★
Enredo: ★★★★★
Escrita: ★★★★★
Personagens: ★★★★★
Avaliação Final: ★★★★★
Como grande fã de distopias que sou, era imperativo que Orwell, considerado o pai do género, constasse da minha lista. Após ter lido 1984, aventurei-me em outro dos seus clássicos, A Quinta dos Animais, publicado no século XX. A história é contada da perspectiva dos animais que vivem na Quinta do Infantado, em Inglaterra, que saturados dos maus-tratos a que são sujeitos e inspirados pelo discurso revolucionário do Porco Major, rebelam-se contra os humanos e tomam a quinta para si, renomeando-a Quinta dos Animais e criando o seu próprio sistema político, onde os porcos estão no topo da hierarquia.
«O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é demasiado fraco para puxar o arado, não consegue correr suficientemente depressa para caçar coelhos. E todavia, é amo e senhor de todos os animais.»
Uma fábula curta, mas genial, que em pouco mais de 100 páginas conseguiu ilustrar a decadência do comportamento humano em sociedade e a forma como líderes gananciosos conseguem manipular a população. É uma narrativa rápida e fluída, sem grandes aprofundamentos, mas acessível tanto a jovens como a adultos. As personagens são caricaturas da própria sociedade e em cada uma delas é possível rever não só figuras históricas, mas diversas personalidades do nosso dia-a-dia.
«Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.»
Gostei muito desta história. Li-a de uma assentada e fiquei arrebatada com a inteligência ímpar do autor. Orwell tenta satirizar a forma como os ideais comunistas foram corrompidos na União Soviética, mas mesmo quem não tem este contexto político consegue entender o fundamento da história, daí ser um livro acessível tanto a todas as idades.
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