O mundo está repleto de grande literatura. Além da literatura moderna, recheada dos livros que já conhecemos, existe a literatura mais antiga, os chamados clássicos. Em 1980, o escritor italiano Italo Calvino definiu um clássico como sendo “um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer” e a verdade é que, apesar de escritos há muito tempo, esses livros ainda transportam mensagens relevantes às muitas questões que enfrentamos na atualidade. Talvez por terem um contexto distante e uma estrutura narrativa mais densa, nem toda a gente os consegue ler. Ainda assim, a leitura de clássicos, apesar de desafiante, é capaz de nos abrir os horizontes para novas perspectivas históricas e culturais, além de ser uma excelente forma de cultivar a flexibilidade da mente e de aprender novo vocabulário.
Para pessoas que gostariam de se aventurar nos clássicos da literatura, mas não sabem por onde começar, criei uma lista com 6 livros de leitura facilitada, seja pela história, pelo tamanho ou pela escrita, que constituem um ótimo ponto de partida.
As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Um clássico da literatura juvenil que acompanha as aventuras do pequeno Huck, um dos amigos do famoso Tom Sawyer. São relatos de “partir o côco a rir” que nos deixam a pensar sobre temas como a liberdade e a solidão, sempre com uma escrita acessível e bem disposta.
Quinta dos Animais, de George Orwell
Uma fábula que ilustra uma crítica à sociedade e a sistemas políticos assentes nos ideais do feudalismo e das hierarquias de classe. É uma leitura bastante curta e acessível, com pouco mais de 200 páginas e uma das obras mais relevantes desde o século XX.
Deus das Moscas, de William Golding
Um grupo de crianças que naufraga numa ilha deserta e tenta criar um sistema de governo que se revela catastrófico. Uma crítica muito forte, cheia de mensagens subliminares e algumas cenas pesadas. A escrita pode ser um desafio ao início, mas assim que se apanha o ritmo torna-se impossível parar.
O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
Um romance que nos transporta para o glamour dos Loucos Anos 20 ao mesmo tempo que tece uma crítica ao materialismo desenfreado e ao ideal de “Sonho Americano”. Considero-o um excelente ponto de partida para quem quer começar a ler mais clássicos porque além de ter poucas páginas, a história e as personagens são tão envolventes que se torna difícil deixá-lo de lado.
Capitães da Areia, de Jorge Amado
Este é um dos meus livros favoritos, daqueles que nunca me canso de recomendar. É um clássico brasileiro que cria um retrato impiedoso da Bahía dos anos 30 através das vivências de um grupo de crianças de rua. Uma narrativa que consegue ser terna, divertida e profundamente agonizante, com uma diversidade ímpar de personagens e envolvente até à última página.
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Uma história mundialmente conhecida e um livro fenomenal sobre uma rapariga curiosa que segue um coelho branco e vai dar a um lugar fantástico onde nada parece fazer sentido. É daqueles que se lê num dia, com um ritmo rápido e aliciante.
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