Autor: David Yoon
Editora: Editorial Presença
Ano de Publicação: 2020
Género: Romance Young Adult
Nº de Páginas: 334
Sinopse
«DOIS AMIGOS.
UM NAMORO A FINGIR.
O QUE PODE CORRER MAL?
Frank tem dois nomes: Frank Li, o seu nome americano; e Sung-Min Li, o seu nome coreano. Mas ninguém usa o seu nome coreano porque Frank nasceu e foi criado no sul da Califórnia.
Mesmo assim, os seus pais estão à espera de que ele arranje uma namorada coreana à moda antiga ? o que é um problema, porque Frank conseguiu finalmente sair com a rapariga dos seus sonhos: Brit Means. Brit, que é inteligente e que o faz rir como mais ninguém. Brit, que não é coreana.
Agora que se apaixonou pela primeira vez, Frank tem de lidar com o facto de que as expetativas tradicionais dos seus pais não lhe deixam muita margem de manobra para ser um adolescente americano comum. Desejando desesperadamente estar com Brit, Frank recorre a Joy Song, filha de um casal amigo dos pais que se encontra exatamente na mesma situação que ele. Juntos, desenvolvem um plano para se ajudarem mutuamente e garantirem que os pais não os pressionam. Frank acredita que encontrou a solução para todos os seus problemas, mas quando a vida lhe puxa o tapete, interroga-se se sabe o que é o amor e se realmente se conhece a si mesmo.
Neste comovente romance, o autor David Yoon responde à pergunta «Quem sou eu?» e o resultado que obtém é divertido, sincero e simplesmente inesquecível.»
Capa: ★★★★☆
Enredo: ★★★★★
Escrita: ★★★★☆
Personagens: ★★★★★
Apreciação Geral: ★★★★☆
Este livro foi-me cedido pela Editorial Presença.
Escolhi-o porque, apesar de não ser grande fã do género, pareceu-me ser uma história fofinha, boa para desanuviar antes de me aventurar pelos thrillers. Além disso, foi escrito pelo marido da Nicola Yoon, autora de um dos meus livros favoritos do ano passado, O Sol Também É Uma Estrela (podem ler a minha opinião sobre ele aqui).
Como sempre, estava enganada.
E ainda bem.
Esta não é uma história fofinha. Pode parecê-lo nas primeiras páginas, e sei que aqui corro o risco de repetir as frases que usei para descrever o romance de Nicola Yoon, mas é tão, tão mais que isso. Lembro-me de há uns tempos ter publicado algo sobre saber reinventar clichês. Parece que o David Yoon me ouviu, porque era exatamente disto que eu estava a falar.
«Acho que tudo o que quero dizer é que gostaria que as coisas fossem mais simples. Mas sinto que tenho dito isso muitas vezes ultimamente. Dói-me um bocadinho mais de cada vez que digo.»
As primeiras páginas começam por introduzir um dos pontos mais fortes da história — a personalidade do protagonista que irradia através da escrita. Frank é uma personagem construída de forma tão genuína e relacionável que praticamente rebenta pelas costuras. Foi tão fácil identificar-me com ele, com as suas conversas e pensamentos que toda a experiência de leitura se tornou ainda mais imersiva.
Inicialmente há aquela premissa clichê de um relacionamento falso para esconder um relacionamento verdadeiro, mas pelo caminho há várias paragens pelos tópicos do preconceito racial, emigração, questões de identidade e tantos outros que, quando damos por nós, parece que estamos a ler um livro completamente diferente. Em todos os capítulos há sempre uma nova informação ou uma reviravolta que nos deixa cativos.
Adorei o Frank, adorei a Joy, ADOREI o Q, tolerei a Brit e adorei os pais do Frank. E acreditem que é muito raro eu conseguir gostar de tantas personagens ao mesmo tempo, mas este livro conquistou-me. Chega a um ponto em que deixa de ser sobre o romance falso e passa a ser sobre tudo o resto. Sei que para alguns isso pode revelar-se uma desilusão, mas sinceramente para mim foi a melhor parte do livro. O assunto é ‘’velho’’, mas as perspectivas são frescas. Há muito humor pelo meio, humor inteligente e perspicaz, e muitos plot twists, uns que nos fazem bradar de espanto e outros que nos deixam absolutamente aterrados.
«— O preto é um constructo artificial.
— Verdade.
— Mas o facto é que, enquanto os cabrões brancos continuarem a chamar-se brancos, não tenho alternativa a não ser chamar-me preto. Eles vão chamar-me preto quer queira ou não queira.»
Confesso que ainda não consegui decifrar os meus sentimentos em relação à capa. Sou um pouco preconceituosa com capas feitas ‘’com pessoas’’, mas também não sei se gostei da harmonia das cores ou se é demasiado a acontecer ao mesmo tempo. Mas não foi por isso que avaliei o livro não chegou às 5 estrelas. Senti que a personagem do Frank foi tão bem construída e imiscuiu-se na escrita de forma tão fidedigna que, a certo ponto, sendo o Frank um típico nerd colegial, as descrições tornaram-se demasiado científicas e parecia que estava a ler mais um manual de instruções que um romance.
Ainda assim, leiam este livro se tiverem oportunidade. É uma viagem em pêras.
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