Opiniões

“A Balada dos Pássaros e das Serpentes” de Suzanne Collins

Autora: Suzanne Collins
Editora: Editorial Presença
Ano de Publicação: 2020
Género: Ficção Distópica
Páginas: 439

Wook | Bertrand | Editora

Sinopse

«A ambição é o seu estímulo.
A competição a sua força motriz.
Mas o poder tem um preço.
É a manhã da ceifa, que dará início aos décimos Jogos da Fome. No Capitólio, Coriolanus Snow, então com dezoito anos de idade, está a preparar-se para o seu momento de glória como mentor nos Jogos. A outrora poderosa casa de Snow vive tempos difíceis e o seu futuro depende da possibilidade de Coriolanus usar o seu charme, inteligência e engenho para vencer os seus colegas na luta por um tributo vencedor.
As probabilidades estão contra ele, pois recebeu a humilhante tarefa de orientar a rapariga do Distrito 12, a tributo menos desejada. Os seus destinos encontram-se definitivamente interligados – cada decisão que Coriolanus tomar poderá levar ao sucesso ou insucesso, ao triunfo ou à ruína. Dentro da arena, a luta será até à morte. Fora da arena, Coriolanus começa a afeiçoar-se à sua tributo condenada e tem de confrontar a necessidade de obedecer às regras com o seu desejo de sobreviver a todo o custo.»

Apreciação

Capa: ★★★★☆
Enredo: ★★★☆
Escrita: ★★★★★
Personagens: ★★★★☆
Apreciação Geral: ★★★☆☆

Opinião

Este livro foi-me oferecido pela Editorial Presença, no âmbito de um projeto organizado pela Mariana Guerreiro Nunes, a quem quero deixar um agradecimento especial.

Trata-se de uma prequela dos Jogos da Fome, uma saga que eu adorei, mas tenho de confessar que foi uma leitura desafiante. O meu entusiasmo inicial esfumou-se com o ritmo lento com que a história avançava e a única coisa que me prendeu à narrativa foi a curiosidade em saber de que forma os Jogos da Fome foram concebidos. 

Acompanhamos a juventude de Coriolanus Snow, conhecido por alguns como Presidente Snow, e conseguimos ter um vislumbre dos obstáculos da sua vida e perceber um pouco o que o levou a ser como nos é descrito em Os Jogos da Fome. Não empatizei com ele, talvez por ter bem presente na minha mente de quem se tratava, mas foi interessante acompanhar o desenvolvimento da personagem e conhecer esta sua nova faceta. 

«— Mas com certeza, não está a comparar as nossas crianças às deles? — perguntou Lucky. — Basta olhar para elas para perceber que as nossas são uma raça superior.
— Basta olhar para elas para perceber que as nossas tiveram mais comida, melhor roupa e melhores cuidados dentários.»

Pareceu-me que a autora se apoiou demasiado no sucesso da trilogia, que usou como uma desculpa para se desleixar neste livro. Foi quase como visitar um museu, uma exposição histórica muito completa, mas senti falta de mais ação. Só a partir da página 200 começa, de facto, a ser mais emocionante, com algumas reviravoltas que culminam num final assombroso e surpreendente. Ainda assim, não foi intervenção suficiente para a narrativa insípida.

Não adorei, mas também não detestei. Continua a ser uma leitura interessante para quem gostou da trilogia e quer ter a perspectiva histórica dos Jogos da Fome. A escrita esteve sempre dentro dos padrões de qualidade a que a autora nos habituou e o que faltou em ação, foi compensado com retalhos da genialidade metafórica que compõem o ambiente social e político deste universo. Há uma vertente mais violenta, e quase animalesca, na descrição dos tributos e de como eles eram tratados, com os quais é possível estabelecer diversos paralelismos com a nossa história.

O livro vai estar disponível para compra a partir de dia 21 de outubro, por isso aproveitem para comprar um exemplar e tirar as vossas próprias conclusões. 

 

2 Comentários

  • Patrícia Carvalho
    21 de Outubro, 2020 at 19:00

    Gosto muito da forma como escreves. Este é um livro que não irei ler, porque não é o meu género. Mas fiquei fã do teu blogue 😉

    Responder
    • Elga Fontes
      28 de Outubro, 2020 at 15:50

      Muito obrigada! Fico feliz por saber 🙂

      Responder

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