Autora: Sally Rooney
Editora: Relógio D’Água
Publicação: Julho de 2019
Género: Romance
Páginas: 318
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Sinopse
«Connell e Marianne cresceram na mesma pequena cidade da Irlanda, mas as semelhanças acabam aqui. Na escola, Connell é popular e bem-visto por todos, enquanto Marianne é uma solitária que aprendeu com dolorosas experiências a manter-se à margem dos colegas. Quando têm uma animada conversa na cozinha de Marianne — difícil, mas eletrizante —, as suas vidas começam a mudar.
Pessoas Normais é uma história de fascínio, amizade e amor mútuos, que acompanha a vida de um casal que tenta separar-se mas que acaba por entender que não o consegue fazer. Mostra-nos como é complicado mudar o que somos. E, com uma sensibilidade espantosa, revela-nos o modo como aprendemos sobre sexo e poder, desejo de magoar e ser magoado, de amar e ser amado.»
Apreciação
Capa: ★★★★★
Enredo: ★★☆☆☆
Personagens: ★★☆☆☆
Escrita: ★★★☆☆
Apreciação Geral: ★★★☆☆
Opinião
Aviso de Conteúdo: este livro contém referencias a violência doméstica, assédio e outros temas sensíveis.
A narrativa de Sally Rooney não permite meios-termos — ou se ama ou se detesta. Relembra, em alguns aspectos, a prosa de Saramago, isenta de marcadores discursivos numa tentativa de uniformizar ação, diálogo e pensamento. Uma excentricidade desnecessária, mas por respeitar todos os estilos artísticos, limitar-me-ei a colocar-me do lado dos que detestaram. Acabei por me acostumar, mas ao início foi confuso tentar distinguir as falas umas das outras.
Entendo por que afirmam que será um futuro clássico. É uma história que augura dizer muito, mas no fundo acaba por não dizer nada. Senti que todos os temas abordados ficaram por desenvolver, desde a relação entre o Connel e a Mariana, passando pela negligência e violência doméstica e até à questão da saúde mental.
«Se pareciam comportar-se de uma forma absurda quando sofriam era apenas por a vida humana ser absurda, e era essa a verdade que o sofrimento revelava.»
A narração segue uma cronologia totalmente desconexa, que mistura eventos do passado com o presente, como uma pessoa que está a tentar contar uma história mas se perde em divagações. A certo ponto tornou-se cansativo tentar acompanhar.
Acho que a autora pretendia que as personagens transmitissem algum tipo de profundidade sobre a complexidade das emoções humanas, mas para mim não passou de artificialidade. Não houve uma evolução de personagens e todas elas acabaram exatamente onde começaram. Consegui, eventualmente, empatizar com a Marianne, mas foi a única que me suscitou algum tipo de interesse ou curiosidade.
Valeu pelas frases bonitas, mas, se tivesse que descrever a experiência numa palavra, seria, sem dúvida medíocre.
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