Autora: C. J. Tudor
Editora: Editorial Planeta
Publicação: Dezembro de 2017
Género: Thriller
Páginas: 318
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Sinopse
«Toda a gente tem segredos.
Toda a gente é culpada de alguma coisa.
E as crianças nem sempre são inocentes.
Toda a gente tem segredos…
Tudo aconteceu há trinta anos, e Eddie convenceu-se de que o passado tinha ficado para trás. Até ao dia em que recebeu uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e o desenho de uma figura em traços rígidos. À medida que a história se vai repetindo, Eddie vai percebendo que o jogo nunca terminou.
Um mistério em torno de um jogo de infância que enveredou por um caminho perigoso.
Um livro diferente dentro do género thriller, uma vez que combina o psicológico com um toque de Stephen King e umas pinceladas de Irvine Welsh.»
Aviso de Conteúdo: alcoolismo, violência doméstica, descrições gráficas, sangue, mutilação, violação, pedófilia, alzheimer, bullying;
Apreciação
Capa: ★★★★★
Edição: ★★★☆☆
Escrita: ★★★★★
Enredo: ★★★★☆
Personagens: ★★★★☆
Responsabilidade: ★★☆☆☆
Sentimento: ★★★★☆
Apreciação Geral: ★★★★☆
Opinião
Fiquei surpreendida quando, no final da leitura, descobri que “O Homem de Giz” é a obra de estreia da autora. Com excepção do final, a história e o mistério foram criados com tanta maestria que facilmente assumiria tratar-se de uma mão recorrente do género.
«Há coisas na vida que conseguimos alterar – o peso, a aparência, até o nome –, mas há outras que, por muito que se deseje e tente, nunca conseguimos modificar. São essas as coisas que nos moldam.»
A narrativa dobra-se em duas linhas temporais distintas, nomeadamente a infância e a fase adulta de Ed, o protagonista. O prólogo insere-nos no centro da ação, dispensando introduções superficiais e apresentando a atmosfera soturna e cruenta que permeia a obra. Fiquei rendida na primeira página e a autora soube alimentar esse interesse muito bem, manobrando as informações de forma a que o mistério principal se fosse desenrolando em diversos pequenos mistérios, como peças de um puzzle muito inteligente que se ia completando a cada reviravolta.
O protagonista tinha a personalidade de uma tela em branco, então senti que a história foi avançando por influência das personagens secundárias que, a meu ver, foram o coração do mistério. Gostaria de ter visto um melhor desenvolvimento para algumas delas, nomeadamente a mãe de Ed e o Senhor Halloran, que prometiam um potencial que acabou por ser desvalorizado.
A história tinha tudo para receber apreciação máxima, e eu realmente achei que assim seria, até chegar ao final. A revelação dos factos não foi proporcional à tensão e à expectativa nutridas ao longo da narrativa e acabou por se tornar demasiado confuso, previsível e, até, incoerente. Também não posso deixar de salientar a falta de responsabilidade por parte da editora, e até da própria autora, em falhar em avisar o leitor da presença de conteúdo sensível, nomeadamente o listado acima.
Ainda assim, é um thriller que recomendo a qualquer um que goste do género e que tenha estômago para lidar com o conteúdo.
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