Autor: Megan Cooley Peterson
Editora: Topseller Bliss
1ª Edição: Janeiro de 2021
Género: Ficção
Páginas: 319
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Sinopse
«Chama-se Piper, tem 17 anos e é filha de um profeta. Ela obedece e respeita o pai, e por essa razão cuida das irmãs mais novas e prepara-se para o apocalipse. Porque assim foi ensinada e nunca o deve questionar.
Até ao dia em que arrancam Piper da família que sempre conheceu e a levam para o Exterior: esse mundo que lhe foi ocultado desde criança, um mundo desconhecido e longe de Caspian, o rapaz que ela ama.
Nesta nova realidade, tentam convencê-la de que o seu pai é maquiavélico, um fanático. E há uma mulher que diz ser sua mãe. Mas Piper recusa-se a aceitar e só quer fugir para regressar a casa… Afinal, no que deve acreditar? Nas palavras dos seus raptores? Ou na única verdade que conhece?»
Avisos de Conteúdo: drogas, manipulação, abuso, violência, violência doméstica, tortura;
Apreciação
Capa: ★★★☆☆
Edição: ★★★★☆
Escrita: ★★★★☆
Enredo: ★★★☆☆
Personagens: ★★☆☆☆
Responsabilidade: ★★★★☆
Sentimento: ★★☆☆☆
Apreciação Geral: ★★★☆☆
Opinião
«— A memória é uma coisa enganadora — afirma ele. — A mente humana tem uma memória notoriamente deficiente. Pergunta a 10 testemunhas de um crime o que aconteceu, e receberás 10 versões diferentes. Gosto de dizer aos meus pacientes que a memória não é de confiança em relação aos detalhes. Por vezes os nossos cérebros até unem várias memórias diferentes. Mas a sensação que a memória te dá, nisso podes confiar. Isso é o que é verdade.»
“A Filha do Mentiroso” é um livro que nos insere no universo de mentiras e manipulação que condicionam a mente de Piper, uma jovem resgatada de um culto que se vê, pela primeira vez, em conflito com a realidade da sua vida e a vida que lhe foi imposta como real. É um tema que sempre me atraiu, por isso as minhas expectativas eram altas.
A ação desenvolve-se em dois tempos, o «antes» e o «depois». No «antes» temos um vislumbre da vida de Piper no culto, o amor incondicional que sente pelo Pai e a Mãe e a prontidão com que aceita as suas ordens e ensinamentos enraizados em crenças sobre o fim do mundo e conspirações governamentais. No «depois» assistimos ao conflito interno de Piper após ser resgatada e realojada na casa de uma família que Piper acredita ser enviada pelo governo para a separar da sua verdadeira família. Estas duas instâncias aprofundam os danos que a doutrinação causa à mente das crianças, guiando-nos pelos caminhos traiçoeiros das certezas e das memórias.
Como retrato psicológico, esta história tem muito que exaltar, mas em tudo o resto deixou a desejar. As personagens eram rasas. Não me consegui conectar com nenhuma, nem mesmo com a protagonista. As relações que estabeleciam entre si não eram convincentes e a sua evolução na narrativa foi quase nula. As primeiras páginas prometiam uma tensão que acabou por esmorecer a meio do livro, dando-me a sensação de estar a ler uma história inacabada. Senti falta de mais ação, de mais detalhes e de mais esclarecimentos.
Não foi uma história aborrecida, mas ficou aquém das expectativas.
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