Opiniões

“Um, Dó, Li, Tá” de M. J. Arlidge

Autoria: M. J. Arlidge
Editora: Topseller
1ª Edição: Outubro de 2014
Género(s): Thriller, Policial
Páginas: 333

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Wook

Sinopse

«Uma jovem rapariga surge dos bosques após sobreviver a um rapto aterrador. Cada mórbido pormenor da sua história é verdadeiro, apesar de incrível. Dias mais tarde é descoberta outra vítima que sobreviveu a um rapto semelhante.
As investigações conduzem a um padrão: há alguém a raptar pares de pessoas que depois são encarcerados e confrontados com uma escolha terrível: matar para sobreviver, ou ser morto.
À medida que mais situações vão surgindo, a detetive encarregada deste caso, Helen Grace, percebe que a chave para capturar este monstro imparável está nos sobreviventes. Mas a não ser que descubra rapidamente o assassino, mais inocentes irão morrer…
Um jogo perigoso e mortal num romance de estreia arrebatador e de arrasar os nervos, que lembra filmes como Saw — Enigma Mortal e A Conspiração da Aranha

Avisos de Conteúdo: descrições gráficas, tortura, rapto, violência, abuso sexual, violação, violação de menores (cena explícita), alcoolismo, depressão, violência doméstica, autoflagelação;

Apreciação

Capa: ★★★☆☆
Edição: ★★★★☆
Escrita: ★★★★☆
Enredo: ★★☆☆
Personagens: ★☆☆☆☆
Responsabilidade: ★★☆☆☆
Sentimento: ★★☆☆☆
Apreciação Geral: ★★☆☆☆

Opinião

Tenho tanta coisa a dizer sobre este livro que nem sei por onde começar.

Acompanhamos uma investigação policial a uma série de raptos de pares de pessoas, nos quais uma é forçada a matar a outra se quiser sobreviver, um conceito semelhante aos filmes do “Saw” e um ou outro episódio da série “Mentes Criminosas”. No centro da investigação temos a inspetora Helen Grace, uma mulher implacável com cicatrizes de um trauma profundo, que coloca o dever acima de tudo o resto.

O início foi promissor, mergulhou-me de cabeça na ação e foi avançado a um ritmo veloz e alucinante que me deixou presa logo nas primeiras páginas. Infelizmente, não passou de fogo de vista. Além de ter adivinhado o final (e, acreditem, é muito raro acontecer), senti que o enredo se perdeu na sua necessidade de se concretizar, alongando-se em reviravoltas sem nexo, como por exemplo, uma força policial incompetente, com agentes a agir por conta própria para criar um pretexto que os colocasse no centro da ação, decisões importantes para o avançar da narrativa a serem tomadas de forma arbitrária, levando a desfechos superficiais e pouco desenvolvidos, e personagens diagnosticadas com um alcoolismo muito pouco realista, apenas conveniente às necessidades da narrativa.

As personagens, sobretudo as femininas, tinham uma construção muito pobre e previsível, um escarrapachar do clichê “escrito por um homem”. Senti que existiam mais para a concretização de uma estética fetichizada do que propriamente para o enredo.

Houve uma má gestão da tensão da história e muita coisa ficou por explicar, como por exemplo, os métodos do assassino. A certo ponto, a protagonista abandona o leitor e vai desvendando fios do mistério que apenas nos revela nas últimas páginas, o que também se torna frustrante. Acabei por ficar confusa com as personagens, eram muitas a aparecer e nunca ficavam tempo suficiente para as conhecer ou entender. A alternância entre pontos de vista também se tornou desorganizada.

O livro tem muitas cenas gráficas, mas apenas em momentos em que, na minha opinião, o grafismo era desnecessário. Havia outras cenas com um potencial mais descritivo que foram desvalorizadas, o que me deu a sensação de violência gratuita não justificada no contexto da narrativa.

Sei que este é o primeiro livro de uma série de policiais com a mesma protagonista, então, talvez por isso tenham sido deixados vários nós por atar, ainda assim, não foi de todo uma experiência de leitura agradável para mim.

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